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07h04 30 Janeiro 2019
Atualizada em 30/01/2019 às 07h06

Vale reforça ‘expectativa’ de reaproveitar colaboradores e lista operações desativadas; confira

Por BHAZ

A mineradora Vale publicou um esclarecimento na noite desta terça-feira (29) sobre o processode paralisação de atividades em Minas e de eliminação de barragens no Estado. A companhia reforçou ter a “expectativa” de “reaproveitar todos seus colaboradores” e listou as minas que serão desativadas para que as barragens semelhantes às rompidas em Mariana e Brumadinho sejam descomissionadas (ou seja, esvaziadas, tampadas ou devolvidas à natureza em um processo de reflorestamento).

A multinacional ainda revelou que planeja desembolsar R$ 5 bilhões para realizar todo o processo de descomissionamentos de dez barragens – outras nove, com as mesmas características presentes em Minas já passaram pelo processo. A eliminação ocorrerá ao longo dos próximos três anos, segundo a empresa.

Confira onde a produção será paralisada temporariamente:

Complexo Vargem Grande

  • Abóboras
  • Vargem Grande
  • Capitão do Mato
  • Tamanduá

Complexo Paraopebas

  • Jangada
  • Fábrica
  • Segredo
  • João Pereira
  • Alto Bandeira

Além desses pontos, também haverá a paralisação das plantas de pelotização de Fábrica e Vargem Grande. “As operações nas unidades paralisadas serão retomadas à medida que forem concluídos os descomissionamentos”, diz a empresa, por nota (leia na íntegra abaixo). A suspensação das operações deve gerar um impacto de 40 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, na produção da Vale. Algo em torno de 10% do que a empresa produz.

Cerca de 11 milhões de toneladas de pelotas também deixarão de ser produzidas. Contudo, este impacto será compensado através do aumento de produção em outros sistemas da companhia. “Vamos dar uma resposta à altura da tragédia que tivemos em Brumadinho. É um plano drástico e definitivo. Sabemos dos impactos no mercado e internacional, mas a segurança vem acima de qualquer outra consideração”, afirmou o presidente da Vale, Fabio Schvartsman.

Entenda

A paralisação foi anunciada por Schvartsman nesta terça-feira (29) e faz parte de um planejamento para desativar e esvaziar 19 barragens no Estado que possuem características parecidas com a que se rompeu em Brumadinho, na última sexta-feira (25) – chamadas tecnicamente de barragens a montante.

Desse total, nove já passaram por esse processo, segundo a multinacional. Segundo a empresa, a Vale ainda possui 10 barragens construídas pelo método de alteamento a montante em Minas, as quais se encontram inativas, mas ainda cheias de rejeitos. A ação visa concluir o descomissionamento de todas as 19.

Nota da Vale na íntegra:

“A Vale informa que apresentou a autoridades brasileiras seu plano para descomissionar todas as suas barragens construídas pelo método de alteamento a montante.

O plano apresentado às autoridades brasileiras visa descaracterizar as estruturas como barragens de rejeitos para reintegrá-las ao meio ambiente. Atualmente a Vale possui 10 barragens construídas pelo método de alteamento a montante, as quais todas se encontram inativas. Todas as barragens da Vale apresentam laudos de estabilidade emitidos por empresas externas, independentes e conceituadas internacionalmente.

A Vale estima que serão necessários investimentos em torno de R$ 5 bilhões para o descomissionamento das barragens a montante e estima que o processo de descomissionamento ocorrerá ao longo dos próximos 3 anos.

Para a realização das obras de descomissionamento das barragens a montante com segurança e agilidade, a Vale paralisará temporariamente a produção das unidades onde as estruturas estão localizadas, a saber: as operações de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e as operações de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopebas, incluindo também a paralisação das plantas de pelotização de Fábrica e Vargem Grande. As operações nas unidades paralisadas serão retomadas à medida que forem concluídos os descomissionamentos.

O impacto estimado das paralisações sobre a produção é da ordem de 40 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, incluindo neste número o pellet feed necessário para a produção de 11 milhões de toneladas de pelotas, impacto este que será compensado através do aumento de produção em outros sistemas produtivos da companhia.

A expectativa da Vale é de reaproveitar todos seus colaboradores atualmente lotados nas operações que serão paralisadas”.

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